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Expansão Marítima

A crise de crescimento do século XV No início da Idade Moderna, surgiu um descompasso na economia européia, entre a capacidade de produção e consumo na zona rural e na zona urbana. A produção agrícola no campo estava limitada pelo regime de trabalho servil. O resultado disso era uma produtividade baixa e, conseqüentemente, a falta de alimentos para abastecer os núcleos urbanos.

Já a produção artesanal nas cidades era alta e não encontrava consumidores na zona rural, devido ao baixo poder aquisitivo dos trabalhadores rurais e ao caráter auto-suficiente da produção feudal. Além disso, o comércio internacional europeu, baseado na compra de produtos orientais (especiarias, objetos raros, pedras preciosas), tendia a se estagnar, pois os nobres, empobrecidos pela crise do feudalismo, cada vez compravam menos essas mercadorias. 

Os tesouros acumulados pela nobreza durante as Cruzadas escoavam para o Oriente, em pagamento das especiarias. O resultado disso foi a escassez de metais preciosos na Europa, o que criava mais dificuldades ainda para o desenvolvimento do comércio. A solução para esses problemas estava na exploração de novos mercados, capazes de fornecer alimentos e metais preciosos a baixo custo e, ao mesmo tempo, aptos para consumir os produtos artesanais fabricados nas cidades européias.

 Mas onde encontrar esses novos mercados?

O comércio com o Oriente estava indicando o caminho. Os mercados da Índia, da China e do Japão eram controlados pelos mercadores árabes e seus produtos chegavam à Europa ocidental através do mar Mediterrâneo, controlado por Veneza, Gênova e outras cidades italianas. O grande número de intermediários nesse longo trajeto encarecia muito as mercadorias. Mas se fosse descoberta uma nova rota marítima que ligasse a Europa diretamente aos mercados do Oriente, o preço das especiarias se reduziria e as camadas da população européia com poder aquisitivo mais baixo poderiam vir a consumi-las. 

No século XV, a burguesia européia, apoiada por monarquias nacionais fortes e capazes de reunir grandes recursos, começou a lançar suas embarcações nos oceanos ainda desconhecidos — Atlântico, Indico e Pacífico - em busca de novos caminhos para o Oriente. Nessa aventura marítima, os governos europeus dominaram a costa da África, atingiram o Oriente e descobriram um mundo até então desconhecido: a América.

Com a descoberta de novas rotas comerciais, a burguesia européia encontrou outros mercados fornecedores de alimentos, de metais preciosos e de especiarias a baixo custo. Isso permitiu a ampliação do mercado consumidor, pois as pessoas de poder aquisitivo mais baixo puderam adquirir as mercadorias, agora vendi­das a preços menores.

A expansão comercial e marítima dos tempos modernos foi, portanto, uma conseqüência da crise de crescimento da economia européia.

Outras condições à expansão marítima européia:

A expansão marítima só foi possível graças à centralização do poder nas mãos dos reis. Um comerciante rico, uma grande cidade ou mesmo uma associação de mercadores muito ricos não tinham condições de reunir o capital necessário para esse grande empreendimento. Apenas o rei era capaz de captar recursos de toda a nação para financiar as viagens ultramarinas. Eram enormes as dificuldades que tinham de ser superadas para navegar pelos oceanos. As embarcações tinham de ser melhoradas e as técnicas de navegação precisavam ser aprimoradas. No século XV, inventou-se a caravela. 

A bússola e o astrolábio passaram a ser empregados como instrumentos de orientação no mar, e a cartografia passou por grandes progressos. Ao mesmo tempo, a antiga concepção sobre a forma da Terra começou a ser posta em dúvida.

 Seria a Terra realmente um disco chato e plano, cujos limites eram precipícios sem fim? 

Uma nova hipótese sobre a forma de nosso planeta começou a surgir: o planeta teria a forma de uma esfera. Nessa nova concepção, se alguém partisse de um ponto qualquer da Terra e navegasse sempre na mesma direção, voltaria ao ponto de partida. O desejo de desbravar os oceanos, descobrir novos mundos e fazer fortuna animava tanto os navegantes, que eles chegavam a se esquecer do medo que tinham do desconhecido. Dois Estados se destacaram na conquista dos mares: Portugal e Espanha. 


 

Curiosidades:

Fatores que provocaram a expansão

- Centralização Política: Estado Centralizado reuniu riquezas para financiar a navegação;

- O Renascimento: Permitiu o surgimento de novas idéias e uma evolução técnica;

 - Objetivo da Elite da Europa Ocidental em romper o monopólio Árabe-Italiano sobre as mercadorias orientais; 

- A busca de terras e novas minas (ouro e prata) com o objetivo de superar a crise do século XIV;

- Expandir a fé;  

Objetivos da expansão

- Metais;

- Mercados;

- Especiarias (Noz Moscada, Cravo...)

- Terras;

- Fiéis; 

- Pioneirismo português

- Precoce centralização Política;

- Domínio das Técnicas de Navegação (Escola de Sagres) * - Participação da Rota de Comércio que ligava o mediterrâneo ao norte da Europa;

- Capital (financiamento de Flandres);

- Posição Geográfica Favorável; Escola de Sagres – Centro de Estudos Náuticos, fundado pelo infante Dom Henrique, o qual manteve até a sua morte, em 1460, o monopólio régio do ultramar.

O "Príncipe perfeito" Dom João II (1481-1495) continuou o aperfeiçoamento dos estudos náuticos com o auxílio da sua provável Junta de Cartógrafos, que teria elaborado em detalhe o plano de pesquisa do caminho marítimo para as índias. 

Embarcações: A caravela possuía um casco estreito e fundo, com isto ela possuía uma grande estabilidade, por baixo do convés havia um espaço que servia para transportar os mantimentos, o castelo que era os aposentos do capitão e do escrivão se localizava na popa do navio, porém a grande novidade deste navio foi a utilização das velas triangulares em mar aberto, as quais permitiam que a caravela avançasse em zig-zag mesmo com ventos contrários.

As caravelas não possuíam os mesmos tamanhos, as pequenas levavam entre vinte e cinco a trinta homens e as maiores chegavam a levar mais de cem homens a bordo, geralmente a tripulação era formada por marinheiros muitos jovens, os capitães podiam ser rapazes de vinte anos de idade eles eram o chefe máximo, que tinham a competência de organizar a vida a bordo e tomar as decisões sobre as viagens, o escrivão tinha a competência de registrar por escrito o rol da carga.

O piloto encarregava-se da orientação do navio, geralmente viajava na popa do navio com os seguintes instrumentos, uma bússola, um astrolábio e um quadrante, ele orientava aos homens do leme que manejavam o navio de acordo com as instruções do piloto e do capitão e em dia de mar revolto era necessário dois homens ao leme do navio, o homem da ampulheta era o marinheiro que vigiava o relógio de areia para saberem as horas, os marinheiros a bordo das caravelas tinham que fazer todos os tipos de serviços, desde içar, manobrar e recolher as velas, esfregar o convés, carregar e descarregar a carga e outras fainas a bordo, os grumetes eram constituídos em sua maioria por rapazes de dez anos de idade que iam a bordo para aprender e fazer as rotinas das viagens.

A construção das caravelas era executada a beira do Tejo na Ribeira das Naus junto ao Palácio Real, onde trabalhavam os mestres de carpinteiros os quais não se serviam de planos, nem de desenhos técnicos.