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Reforma Anglicana

Com a morte de seu irmão mais velho, Henrique VIII torna-se herdeiro do trono da Inglaterra, em 1502, e em 1509 casa-se com a viúva de seu irmão, Catarina de Aragão.
Catarina ficou grávida sete vezes, porém apenas uma criança (princesa Maria) sobreviveu.

Depois de provada a incapacidade de Catarina de continuar a ter mais filhos, Henrique VIII decidiu se divorciar, já que seu desejo era ter um filho homem, e passou a se interessar por
Ana Bolena.

Assim, enviou seu secretário William Knight a Roma para anular a Bula de Júlio II, a qual permitiu o casamento do rei com Catarina, alegando que ela foi obtida com erros, e assim seria nula (ele acreditava que Catarina tinha consumado seu casamento com Artur
Tudor, Príncipe de Gales, em 1501, mesmo ela negando o fato, além de querer ter um filho homem, pois tinha medo que seu reino caísse em mãos espanholas, já que Catarina e sua família eram da Espanha).

E também pedia autorização para se casar com qualquer mulher, incluindo escolha por grau de afinidade. Essa medida era necessária porque Henrique VIII já havia tido relações com Ana. Porém o papa, Clemente VII, não estava de acordo com a anulação do casamento de Henrique VIII com Catarina, e assim sendo, não autorizou o divórcio, mas permitiu o segundo pedido do rei, sendo que este não teria efeito enquanto permanecesse casado com Catarina.

Assim, Henrique VIII se separou de Catarina em 1531, tendo sua união anulada pelo Arcebispo da Cantuária
Thomas Cranmer, sem a autorização do Vaticano.

Com a separação, Catarina foi exilada da corte para viver na província e separada da filha Maria, a qual foi rebaixada como filha ilegítima e substituída pela filha de Ana Bolena, a princesa Isabel, que seria a provável herdeira.

Ciente dos acontecimentos, o papa excomungou Henrique VIII, mas o parlamento desconsiderou os motivos do papa e permitiu a união de Henrique VII com Ana Bolena, pela Ata de Sucessão. O parlamento também criou a Ata de Supremacia, que declarou “o rei como a única cabeça suprema na terra da igreja da Inglaterra” e a Ata de Traições, que tinha como castigo a morte para quem não reconhecesse a autoridade do Rei.

Com essas Atas e com a negação do papa para a anulação do casamento, o rei Henrique VIII determinou a extinção dos mosteiros e o confisco de seus bens (a chamada Ata do Parlamento).

Com o apoio do povo (que estava descontente com os privilégios e poderes eclesiásticos) e do Parlamento, Henrique VIII, que era totalmente fiel ao papa e á Igreja Católica, recebendo até o título de Defensor da Fé pelo próprio papa, rompe sua fidelidade e cria o anglicanismo.

A não anulação do casamento foi apenas um último pretexto, pois os desentendimentos com os poderes eclesiásticos já vinham há algum tempo, já que a burguesia pressionava para o aumento do poder do parlamento e diminuição do poder eclesiástico, e já que Henrique VIII também queria o aumento do poder monárquico, e a diminuição da influência eclesiástica na Inglaterra.

 

Com o anglicanismo, o rei exigiu ser reconhecido como chefe da igreja e de todos os seus domínios na Inglaterra, e obriga os membros desta a jurar-lhe fidelidade e obediência, e quem fosse contra seria perseguido pela justiça real e excomungado.

Houve pouca resistência, entre elas, Thomas Morus, que foi decapitado.

O Anglicanismo manteve no início todas as características da Igreja Católica, exceto o direito ao divórcio, o Rei como autoridade suprema, prega a popularização da leitura da bíblia, questiona o culto aos santos e ás relíquias e aceita mulheres como sacerdotes.

A primeira sacerdotisa foi a reverenda Bárbara Harris, consagrada em 1989.

A Igreja Anglicana procurou conciliar o rito tradicional do catolicismo com o caráter protestante. Assim, manteve as cerimônias na forma católica (como a conservação da liturgia, hierarquia eclesiástica) e uniram a essa doutrina os elementos protestantes (salvação apenas pela fé, apenas dois sacramentos: batismo e comunhão).

Assim, o Anglicanismo resolve alguns problemas da monarquia, entre eles o aumento financeiro da Coroa, com a venda das terras eclesiásticas.

Então, se a Igreja queria agradar os católicos, valorizava as cerimônias, e se queria agradar os protestantes, valorizava o conteúdo dos cultos.

Após o reinado de Henrique VIII, vários conflitos internos ocorrem. No reinado de Eduardo VI tentaram implantar o Calvinismo no país.

De 1553 á 1558, ocorre a reação católica, tendo como rainha Maria Tudor, filha de Catarina de Aragão. Seu casamento com Felipe II da Espanha transforma a questão religiosa em uma questão nacional.

Apenas no reinado de
Elizabeth I, a soberania da Coroa sobre á Igreja é renovada e a liturgia anglicana é ratificada, fixando os fundamentos da doutrina e do culto anglicano na Lei dos 39 artigos, em 1563.

A Igreja Anglicana permanece dominante na Inglaterra até os dias atuais. 
 


Thrailler da série: The Tudors